OPINIÃO DO SINFAR/SP - Tecnologia na Farmácia: o farmacêutico como protagonista do cuidado
A IA pode cruzar dados, gerar alertas sobre interações e padronizar processos. Mas ela não entende contexto clínico, subjetividade ou vulnerabilidades sociais, que são essenciais para a avaliação farmacêutica.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% dos medicamentos são usados de forma incorreta no mundo. Isso reforça a necessidade de intervenção humana qualificada, não sua substituição por sistemas automáticos.
O SINFAR/SP reforça que a dispensação é um ato técnico e clínico privativo do farmacêutico, com base na escuta ativa, orientação individualizada e avaliação das condições de uso. Um algoritmo não pode — e não deve — assumir essa responsabilidade.
Além disso, estudos publicados em revistas como Nature Medicine e The Lancet Digital Health apontam que sistemas de IA ainda têm viés nos dados e podem apresentar erros graves em populações mal representadas nas bases de treinamento, como idosos, pessoas negras e usuários com comorbidades.
A automação pode ser útil, mas não podemos terceirizar o cuidado com a vida.
Nosso trabalho envolve ciência, ética, responsabilidade técnica e escuta qualificada. Tecnologia deve servir às pessoas — não substituí-las.
Um alerta do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo.