É fundamental ocuparmos esse espaço de negociação” - Érica Miai fala sobre a atuação do SINFAR/SP na Mesa Permanente do SUS
Com mestrado profissional pelo Instituto de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (2013) e especialização em Gestão em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (2017), Érica Miai é analista em saúde – farmacêutica – da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (aposentada).
Sua trajetória inclui atuação em Farmácia, Análises Clínicas, Farmácia Hospitalar, Distribuidora de Medicamentos, Vigilância em Saúde, Saúde Pública, Gestão em Saúde, Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador e Educação Permanente em Saúde.
Hoje, representa o Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (SINFAR-SP) na Mesa Municipal de Negociação Permanente do SUS, um espaço estratégico para o fortalecimento das relações de trabalho no sistema público de saúde.
Em entrevista ao site do sindicato, Érica falou sobre os desafios, a importância da presença sindical e os impactos concretos da atuação do SINFAR-SP nas mesas de negociação.
“É fundamental que o SINFAR-SP esteja presente nesse espaço de negociação. Não se trata apenas de estar na mesa, mas de levar as vozes da categoria e construir soluções reais para os desafios que enfrentamos na saúde pública”, afirma.
🧩 O que é a Mesa de Negociação Permanente?
A Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS (MNNP-SUS) é um fórum paritário e permanente, criado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), que reúne gestores públicos e entidades sindicais representativas das trabalhadoras e trabalhadores da saúde.
Coordenada pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS), a mesa tem como objetivo democratizar as relações de trabalho no SUS, mediando conflitos, pactuando diretrizes e fortalecendo a política nacional de gestão do trabalho. Nos estados e municípios, essas mesas funcionam de forma articulada, formando o Sistema Nacional de Negociação Permanente do SUS (SiNNP-SUS).
🧑⚕️ Representando quem está na linha de frente
Érica explica que o SINFAR-SP ocupa duas cadeiras na Mesa Municipal de São Paulo — uma titular e uma suplente — e participa das reuniões ordinárias realizadas mensalmente na sede da Secretaria Municipal de Saúde.
Nessas reuniões, o sindicato leva pautas previamente construídas junto à categoria.
“Encaminhamos as demandas das farmacêuticas e farmacêuticos com antecedência para a área de Gestão de Pessoas. Durante os encontros, discutimos os temas até chegar a consensos ou deliberações concretas”, explica.
O trabalho é contínuo, técnico e político. Cada proposta precisa ser sustentada com argumentos e respaldo da base.
As mesas não são espaços meramente formais. São ferramentas importantes para a construção de protocolos, acordos e diretrizes que orientam diretamente a vida de quem trabalha no SUS”, afirma Érica.
⚖️ Negociar é proteger direitos
Na avaliação da representante do SINFAR-SP, a atuação sindical na mesa de negociação tem impacto direto nas condições de trabalho da categoria.
“É por meio da negociação que conseguimos encaminhar soluções para problemas reais: falta de estrutura, sobrecarga, ausência de reconhecimento, defasagem salarial. Estar nesse espaço é estratégico para garantir avanços”, reforça.
Além de defender pautas específicas da profissão farmacêutica, a presença do sindicato contribui com a construção de políticas públicas voltadas a todos os profissionais da saúde.
“Participar da mesa também é um compromisso com o SUS e com quem faz esse sistema acontecer. A valorização dos profissionais é essencial para que o SUS funcione com qualidade e equidade”, diz Érica.
🤝 Luta organizada, conquistas possíveis
A entrevista de Érica Miai evidencia o papel transformador da participação sindical nos espaços institucionais. A atuação do SINFAR-SP na Mesa Municipal de Negociação reafirma o compromisso com a defesa da saúde pública e da dignidade das farmacêuticas e farmacêuticos do SUS.
“Seguiremos presentes, atentos e mobilizados. Só com luta coletiva, técnica e política, conseguiremos garantir direitos, corrigir desigualdades e avançar na valorização de quem trabalha no SUS”, finaliza.
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