Raia Drogasil desrespeita sindicato e justiça reconhece abuso na jornada dos farmacêuticos
Justiça confirmou a ilegalidade na nova jornada da Raia Drogasil imposta sem acordo com sindicato, após ação do SINFAR/SP.
O Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo entrou com a ação informando que a empresa alterou, sem anuência dos trabalhadores e negociação com o sindicato, a jornada para 10 horas por dia, com apenas 1 hora e 12 minutos de intervalo, em uma escala de 3 dias de trabalho por 1 de folga.
A decisão foi tomada hoje, 28/04, pela Juíza da 42ª Vara do Trabalho de São Paulo que em liminar, reconheceu que a empresa impôs a alteração sem aprovação dos farmacêuticos e sem qualquer consulta ao SINFAR-SP, destacou, ainda, que para jornadas superiores 44 horas semanais, é obrigatória uma negociação coletiva.
“A Raia Drogasil não pode, de forma alguma, ignorar o sindicato nas suas relações de trabalho com os farmacêuticos. É importante que todos saibam que há um sindicato atuante para garantir a defesa do farmacêutico.
Não somos contra mudanças na jornada de trabalho! O que não aceitamos é uma alteração que aumenta a carga diária de trabalho para profissionais que passam 100% do tempo em pé. E pior: sem dar a esses trabalhadores a possibilidade real de descanso, muitas vezes impondo condições de opressão.
Nossa luta é para que qualquer mudança respeite a saúde, a dignidade e os direitos dos farmacêuticos. Alterações só podem acontecer com diálogo, transparência e proteção efetiva dos trabalhadores.”, é imprescindível que os trabalhadores sejam de fato consultados em assembleia que garanta o sigilo e ampla liberdade de expressão, disse a Presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo, Renata Gonçalves.
Se trata de uma decisão liminar, portanto ainda cabe recurso. O Ministério Público também foi chamado para acompanhar o processo, o SINFAR-SP manterá todos informados através dos seus canais de comunicação.