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ABRAFARMA, a conta fecha, sim (e ela é bilionária)

A resistência dos empresários do varejo farmacêutico ao fim da escala 6x1 revela claramente suas prioridades: o lucro acima de tudo. Essa postura é ainda mais chocante quando se considera que o setor já lucra bilhões à custa da exaustão dos farmacêuticos. Em uma recente entrevista, Sérgio Mena, CEO da Abrafarma, expôs a hipocrisia prevalente entre os varejistas farmacêuticos ao afirmar que a mudança prejudicaria os serviços prestados à população. Essa afirmação é uma falácia que não resiste a um exame mais atento.

Se a ABRAFARMA realmente se preocupa com a qualidade do atendimento, deveria adotar uma escala mais justa e contratar mais profissionais, pois dinheiro não falta. Em 2023, as principais redes de farmácias faturaram impressionantes R$ 91,3 bilhões. Portanto, a alegação de que “não há margem” é inaceitável; essa margem de lucro é, na verdade, escandalosa.

Além disso, Mena mencionou que a redução da jornada "não estava no radar". No entanto, há anos os profissionais farmacêuticos clamam por escalas mais justas. O que está verdadeiramente em jogo é o medo de que os empresários precisem, finalmente, equacionar a demanda, já que os farmacêuticos frequentemente trabalham por dois, três ou até oito profissionais em um único turno. O que realmente não querem é contratar mais, pois isso diminuiria seus lucros.

Os farmacêuticos enfrentam jornadas extenuantes, sacrificando sua saúde e vida pessoal em nome de um sistema que prioriza lucros em detrimento do ser humano. É inaceitável que os empresários do setor continuem a ignorar a necessidade de promover um ambiente de trabalho saudável.

A sociedade merece um varejo farmacêutico que valorize seus trabalhadores e, consequentemente, ofereça um serviço de qualidade. É hora de os empresários que afirmam cuidar da saúde das pessoas também começarem a cuidar da saúde de seus próprios funcionários.

Sérgio Mena, por fim, declarou que “também adoraria trabalhar menos tempo”. Então, Sérgio, procure seu sindicato e junte-se à luta contra a escala 6x1! O Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo está pronto para essa batalha.